segunda-feira, 30 de março de 2009

Canção de Reencontro


“L'amour est avant tout audience dans le silence. Aimer, c'est contempler.”(Antoine Saint-Exupery - Citadelle)

Para Anielle

Meu coração vive ainda nas cartas antigas
Como se fosse a personagem de um conto desconhecido
Mas o amor revive e sobrevive
Athanatoi
Os livros na estante ainda são fundamentais
São meus
E neles sempre acabo procurando você
Acho que até hoje estou procurando pela amiga que perdi
Porque amor de verdade é para sempre
São tantas histórias possíveis
Tantos caminhos improváveis
Mas o reencontro sempre foi desejado
Ainda que por vezes temido
Sempre teme-se o imprevisível
Meus olhos ainda vivem nas cartas antigas
São como vislumbres do que fui
Do que fomos
Personagens de uma bela história
Ou de uma eterna farsa
Quem saberia?
Mas o amor revive e sobrevive
Athanatoi
Eis uma canção de vida, de retorno, de medo
Escondo-me em mim
Enterro-me
E temo, tremo e choro
Tantos caminhos diversos
Então leia minhas mal traçadas linhas
Que sendo novas vestem roupagem antiga
É um amor imortal
Por ele somos amigas apesar do passado
Por ele há o perdão apesar da memória
Porque revivendo sobrevive
Meu coração ainda vive em cartas antigas
Algumas são tuas
Mas, sobretudo são minhas
São verdades imutáveis
Personagens das minhas letras e músicas
de uma canção de reencontro

-
"Perchè si spezzano tra i denti
Le cose più importanti
Quelle parole che non osiamo mai
E faccio un tuffo nel dolore
Per farle rissalire e riportarle qui
Una per una qui"


Invece No - Laura Pausini

domingo, 22 de março de 2009

Eu (Título para quem entende)


"Um professor afeta a eternidade, é impossível prever onde sua influência termina"
(Henry Adams)


Que o riso seja um constante amigo,
Para que a vida seja alegre, mesmo quando triste.
Que você nunca perca a bela capacidade de fechar os olhos enquanto sorri, e de ficar vermelha enquanto deixa escapar uma divertida gargalhada.
E que a memória permaneça.
Não para que seja eterno, mas para que seja viva.
Que seja viva, mesmo quando a vida não mais for.
A sortidez de histórias trará multidões de sorrisos.
Que sejam muitas, que sejam pequenas, grandes, belas.
Conte algumas, guarde outras só para si.
Mas sorria, sorria muito.
Que as cores divertidas do mundo sempre façam arte na sua vida.
Misturas, matizes, quentes e frias.
Que a imortal melodia da vida esteja sempre presente.
Alegre harmonia.
Ouça-a, mesmo quando todos forem ausentes.
Que a alegria seja única.
A felicidade, que seja sua.
Os risos e sorrisos são bons amigos.
Que sigam contigo,
Para que as memórias sejam muitas.
E as histórias (ou História), incontáveis.
E, acima de tudo, sorria.
Mas sorria muito.
Sorria sempre.

-
Para Eunícia pelas primaveras que hoje se completam.
Que Deus te abençoe.
Feliz Aniversário.

terça-feira, 10 de março de 2009

Canção de uma Mocinha


Para Felipe, por três meses de alegria indescritível

Eis a alegria indizível da sua presença
Que me fascina
Que me cativa
E de uma forma única sempre me ilumina
Eis o sorriso tímido de uma liberdade aberta
Meu canto livre
Que a nossa música toque sempre por onde passarmos
Belas são as melodias que você canta
Com seus olhos
Com seus gestos
Com seus risos
E cantando me encanta
Me embala
Me chama
Sou sua.
E eu ouço os violões e violinos me lembrando quem você é
O melhor dentre os melhores
É a nossa música tocando por onde passamos
Meus olhos brilham por fim
E sorriem por ti
Para ti
Você roubou meu coração
Deveríamos seguir o ritmo corrido do mundo
Mas nós temos nossa própria temporalidade
Eu amo seu sorriso fofo e seu abraço eterno
Eles tem o poder indescritível de parar o tempo
Eis a alegria indizível da sua presença
Que seja infinita
Que seja eterna
Mas acima de tudo
Que seja você
Que em mim seja sempre você
-
"I just want to see you
When you're all alone.
I just want to catch you if I can.
I just want to be there
When the morning light explodes
On your face it radiates.
I cannot escape
I love you 'till the end."

Love You Til The End - The Pogues

terça-feira, 3 de março de 2009

Epitáfio de Um Curinga


"O curinga moldado pelo tempo e destruido pelo tempo pois não podemos fugir do tempo" (Jostein Gaardner)


Eis a História de um curinga que sendo insano enlouqueceu
As sem razões da razão não lhe deram alternativa Correu loucamente para fugir do inexistente
Em linhas, em círculos, em espiral
O perseguidor carrega em si todas as formas
Pois estando em tudo, é tudo
E rindo loucamente o relógio parado endoidece o homem culpado
O curinga apresado
A vida indiferente
Eis o tempo, que em todas as formas e cores o permeia
O persegue
E ri como um lunático sem remédio que a todos devora
A todos envolve
A todos destrói
A todos ama
Eis o relógio que rindo pode cantar
Entoar um canto antigo para ninar o mendigo
O curinga que no mundo do tempo é prisioneiro
É maltrapilho
É mendigo
O curinga esbaforido olha em volta
Porém tudo que vê é tempo
O que pensa é tempo
O que sente é tempo
Tudo é tempo porque tudo pertence ao tempo
E o relógio apressado rouba as horas
Ou as devolve
Seriam elas o grande presente?
Depende de quem conta
Depende de quem vive
Depende de quem ri
As sem razões da razão do tempo roubaram alegres a sanidade do curinga
"Ingenuo" elas pensaram
Não se pode correr do tempo
Tic TAC bate o coração
O curinga curioso olha para si
E já suas roupas vivas perdem a cor
O calor do corpo se vai
Os fios de cabelo não mais estão
E quando as sombras desaparecem
Ele é o próximo que estando ali já não estará mais
Envolvido pelo tempo
Engolido pelo tempo
Amado pelo tempo
Porque mesmo na insanidade não se pode frear o tempo
E mesmo na corrida incesante da existencia
Não se pode fugir do tempo
Eis portanto o fim de um curinga exausto
e a continuidade de um tempo feroz
Que sendo gigantesco é pequeno
e mesmo detruindo é amoroso
-
Para compreender melhor o personagem do curinga, leia O Dia do Curinga de Jostein Gardner